O café orgânico é cultivado sem o uso de pesticidas e fertilizantes químicos, o que contribui tanto para a saúde do solo quanto para a sustentabilidade ambiental.
Dentro do universo dos cafés orgânicos, existem diferentes tipos, como o café biodinâmico, agroflorestal e certificado, cada um com suas próprias peculiaridades de cultivo.
E, apesar de degustarem o café, muitas dessas pessoas não conhecem o processo pelo qual ele é produzido. Os processos feitos para que possam gerar o café, como o plantio, a florada, a colheita, a lavagem e a separação dos grãos, o processo de secagem, torrefação e moagem dos grãos são desconhecidos da maioria.
Esse processo é bastante utilizado na produção de vários tipos de cafés. Você conhece o café orgânico? Não? Fique por aqui e saiba tudo sobre o café orgânico.
Uma visão geral do que é Café Orgânico
O café orgânico é cultivado sem agrotóxicos ou fertilizantes químicos, respeitando práticas que protegem o solo e o meio ambiente.
Para ser considerado orgânico, o café precisa seguir rigorosas certificações, como o selo IBD ou o USDA Organic, que garantem a integridade do processo de cultivo. Essas regulamentações afetam diretamente os tipos de café disponíveis, já que o método orgânico preserva as características naturais do solo, gerando sabores mais autênticos e diversificados. O cultivo orgânico também influenciar de forma positiva a qualidade e a variedade do café.
O café orgânico atende a uma demanda crescente de consumidores preocupados com o impacto ambiental e a qualidade dos alimentos que consomem. É um produto que respeita o meio ambiente, e também oferece uma opção mais saudável, livre de resíduos químicos.
A diferença também está no solo em que é cultivado o café orgânico. Quando se refere ao café orgânico, existe toda uma agricultura baseada no cuidado, processo este que corresponde do plantio até o consumidor comprá-lo. Enquanto outros tipos de cafés utilizam fertilizantes químicos, o café orgânico adota medidas como o adubo verde e fortaleza no desenvolvimento do plantio, fazendo com que o produto não entre em contato com pragas ou doenças.
Quais são os benefícios do café orgânico?
O simples consumo de café orgânico já é um alívio e traz benefícios para a saúde, além de ser um produto sustentável. Por mais que o seu preço seja um pouco mais alto que o café tradicional, o seu consumo está cada vez mais aumentando no Brasil.
No tratamento do café tradicional, são adicionados elementos químicos que podem causar acúmulo de gordura corporal, danos ao sistema nervoso e até mesmo no reprodutivo. Já o café orgânico possui uma grande quantidade de antioxidantes, que ajudam a retardar o processo de envelhecimento, além de contribuir para que doenças como o Mal de Parkinson, Alzheimer e a cirrose hepática sejam evitadas.
A cafeína do café orgânico atua nos mecanismos dos cérebros, ativando-os, para que possam contribuir no desenvolvimento de neurônios, fazendo com que as células-tronco sejam ativadas, se transformando em novos neurônios.
O café orgânico possui uma grande quantidade de cafeína e é por isso que a pessoa não pode consumi-lo em grande quantidade, abusando do seu uso. Principalmente as pessoas que sofrem de pressão alta, mulheres que estejam grávidas ou crianças. A utilização em excesso é que faz mal para o organismo.
O café orgânico possui benefícios que contribuem diretamente para a saúde. Todo o cuidado que é tido com cada grão de café orgânico é para que eles possam contribuir significativamente com a sua saúde, ajudando no seu bem-estar ambiental e social.
Classificação dos tipos de café orgânico
Café arábica vs. café robusta
O café Arábica e o Robusta são as duas principais espécies de café. O Arábica é conhecido por ser mais suave, com notas de sabor mais delicadas e complexas, enquanto o Robusta oferece um sabor mais forte e amargo, com mais cafeína. O Arábica geralmente cresce em altitudes mais elevadas e é mais suscetível a pragas, exigindo um cuidado maior no cultivo.
Variedades regionais e tipos de Grãos
Dentro do Arábica, existem várias variedades regionais, como Bourbon, Typica e Caturra. O Bourbon tem um sabor doce e encorpado, o Typica é famoso por sua acidez refinada, e o Caturra é uma mutação natural do Bourbon, conhecido por ser mais produtivo e de sabor suave. Cada variedade reflete as características do local onde é cultivada, incluindo clima e solo.
Como o cultivo orgânico influencia essas variedades de café?
No cultivo orgânico, o café Arábica e suas variedades tendem a se destacar, já que o manejo natural e sem químicos realça o sabor das nuances do solo. O cuidado especial com a biodiversidade e a ausência de agrotóxicos permite que essas variedades revelem suas qualidades naturais de forma mais intensa.
Isso também torna o processo de cultivo mais desafiador, porém o resultado é um café mais puro e autêntico. O café Robusta orgânico, embora menos comum, também pode ser uma opção interessante para quem busca uma bebida mais encorpada.
Métodos de produção e o que isso impacta no sabor
Café orgânico lavado – Processo Úmido
No processo úmido, as cerejas de café são descascadas e fermentadas em água, removendo a polpa antes da secagem. Isso resulta em um café de sabor mais limpo, com maior acidez e notas frutadas mais definidas.
Café orgânico natural – Processo Seco
Já no processo seco, as cerejas são secas inteiras, preservando os açúcares da polpa. O café natural tende a ser mais encorpado, com doçura pronunciada e sabores mais complexos.
Café orgânico melado – Honey Process
O método melado mantém parte da polpa durante a secagem, criando uma bebida equilibrada. Ele oferece notas doces, corpo médio e acidez moderada.
Diferenças no Sabor
Cada método destaca características distintas: o processo úmido realça a acidez, o seco oferece doçura intensa, e o melado proporciona um meio-termo interessante, com sabores complexos e equilibrados.
Café orgânico de única origem vs. Blends
Café de origem única (Single Origin)
O café de origem única vem de uma única fazenda ou região específica. Isso permite que as características do solo, clima e cultivo se reflitam diretamente no sabor da bebida, proporcionando uma experiência autêntica e única. São cafés apreciados por sua pureza e transparência.
O que são blends?
Blends, por outro lado, são misturas de diferentes grãos, podendo combinar cafés de várias regiões. Eles são projetados para criar perfis de sabor específicos, equilibrando acidez, corpo e doçura, atendendo a diversos paladares.
Diferenças de Sabor
Os cafés de origem única tendem a ter sabores mais nítidos e distintos, enquanto os blends oferecem um perfil mais equilibrado e versátil. Consumidores que buscam uma experiência única preferem o single origin, enquanto os que querem um sabor mais consistente e harmonioso optam pelos blends.
Café orgânico de torra clara, média e escura
Características da torra clara
A torra clara preserva mais a acidez natural do grão e realça notas doces e florais. É ideal para quem aprecia cafés mais leves e aromáticos, com um perfil frutado e vibrante. Os sabores do terroir são bem perceptíveis.
Características da torra média
Na torra média, o café ganha equilíbrio entre acidez e corpo. Há uma leve doçura caramelizada, mantendo a complexidade dos sabores sem perder suavidade. É a torra mais versátil, agradando a diferentes paladares.
Características da torra escura
A torra escura resulta em um café mais encorpado e amargo, com menos acidez. Os sabores de chocolate e nozes predominam, e o toque tostado é bem presente.
Torra mais comum no café orgânico
No café orgânico, a torra clara e média são mais comuns, pois permitem que as nuances naturais do grão, cultivado de forma sustentável, se destaquem. A torra escura, embora menos utilizada, pode ser uma escolha interessante para quem prefere sabores intensos.
Café Orgânico Certificado versus Café Orgânico Artesanal
O café orgânico certificado é aquele que segue normas rigorosas de certificação, como Fair Trade ou USDA Organic (Estados Unidos). No Brasil, existe o SBAC que emite a certificação de orgânicos, veja mais informações aqui.
Esses selos garantem que o café foi cultivado sem pesticidas químicos e com práticas que respeitam o meio ambiente e os trabalhadores. Os apreciadores de café podem confiar nessas certificações para garantir uma produção sustentável e justa.
Já o café orgânico artesanal vai além das regras dos selos. Ele é produzido por pequenos agricultores que muitas vezes optam por técnicas tradicionais, priorizando a qualidade em cada etapa do processo. A produção artesanal é menos mecanizada, e cada lote pode ter características únicas, dependendo do cuidado individual. Existe um projeto de lei 1454/2023, da Câmara dos Deputados, que criou o “Selo-Arte Café” para cafés produzidos de forma artesanal. (Mais informações aqui).
A principal diferença entre esses dois tipos de café está nos métodos de produção. O café certificado tem um processo padronizado para garantir que os requisitos das certificações sejam cumpridos. Já no café artesanal, o processo é mais flexível e personalizado, permitindo ajustes que podem impactar diretamente no sabor e na qualidade do produto final. Essa abordagem artesanal muitas vezes resulta em um café com perfil de sabor mais rico e diferenciado.
Enquanto o café certificado oferece segurança sobre o processo produtivo, o artesanal costuma ser mais voltado à experiência sensorial, com atenção ao detalhe e dedicação individual. A escolha entre os dois depende do que é buscado: confiabilidade ou singularidade.
Tipos de café orgânico no Brasil: Variedades e as Regiões Produtoras
O Brasil é um dos maiores produtores de café orgânico, com destaque para o Café Arábica, cultivado principalmente em Minas Gerais e no Espírito Santo. Essas regiões são conhecidas pela produção de cafés de alta qualidade, graças ao clima ameno e altitude, que influenciam diretamente o sabor do grão.
Em Minas Gerais, por exemplo, o café tende a ter notas mais doces e frutadas, enquanto no Espírito Santo, a produção de café orgânico envolve também o Conilon, que oferece um sabor mais encorpado e forte. Essas variações regionais são influenciadas pela altitude, temperatura e técnicas de cultivo, gerando sabores únicos em cada área produtora.
Além das regiões tradicionais, há uma grande adoção das fazendas orgânicas para outras partes do Brasil, como Bahia e São Paulo, onde produtores estão empregando métodos sustentáveis, preservando a biodiversidade e aumentando a oferta de café orgânico. Essa expansão é impulsionada pela crescente demanda por produtos sustentáveis e de alta qualidade.
Como Escolher o Tipo de Café Orgânico Ideal
Escolher o tipo de café orgânico ideal envolve preferências de sabor e o método preferido de preparo.
Se você gosta de um café com acidez mais pronunciada, opte por grãos cultivados em regiões de altitude, como o Arábica.
Agora, para quem prefere um sabor mais adocicado, cafés de torra média podem ser mais adequados.
O corpo do café, ou seja, sua densidade, também varia: cafés mais encorpados, como o Conilon, trazem uma sensação mais intensa.
O método de preparo também é crucial. Para um espresso, grãos de torra escura são recomendados, pois garantem mais corpo e intensidade. Já para uma prensa francesa, grãos de moagem grossa e torra média a clara são ideais, preservando as nuances de sabor. O café filtrado, por outro lado, combina bem com grãos de torra média.
Conclusão
Como vimos no texto, existem diferentes tipos de café orgânico. Do Arábica ao Conilon, cada grão traz características únicas como acidez, doçura e corpo, que variam de acordo com a região e o método de cultivo.
Seja curioso, experimente diversos tipos e encontre o que mais agrada seu paladar. Além de proporcionar uma experiência sensorial única, o consumo consciente de café orgânico também apoia práticas sustentáveis e preserva o meio ambiente e contribui para um futuro mais verde.
